Arriscar o peito (in) completo
na tua boca de guardar segredos
e recordar o brilho dos azulejos
que lançaram raízes nos meus olhos.
Esperar,
__________suspensa _____________
do outro lado da tua própria distância
por um novo alargar de alma.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Retrato
A frescura exacta da tua língua
no vértice do dia;
a minha nudez,
imagem trémula
quase delírio,
a tocar as tuas pálpebras
feitas universo.
Tudo o mais:
ruído.
no vértice do dia;
a minha nudez,
imagem trémula
quase delírio,
a tocar as tuas pálpebras
feitas universo.
Tudo o mais:
ruído.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Super-Realidade
O dia deitava-se sob a ponte
e a tua boca desenhava os pássaros
que vinham fazer ninho
no espaço mais quente
por entre as minhas costelas.
Éramos jovens
criávamos o mundo com a idade que mais nos convinha.
Éramos mais: rei e rainha,
sem segredos ou futuros;
carne e luz,
bombas atómicas,
vértice dos tumultos da Humanidade,
vertigem
brilho
dois rumores à deriva no crepúsculo
e na poesia rachada dos candeeiros de rua.
Eu estendia-te os braços,
alicerces dançantes
que subias
para sentires o cheiro das nuvens;
tu cravavas-me os dentes nos ombros,
queimavas-me o rastilho da língua
e comias todas as minhas palavras
num gemido.
Do fundo do teu sorriso, a voz,
prenhe de uma super-realidade,
enquanto o mundo era tudo o que acontecia
por dentro dos vidros,
guardados fora do silêncio.
"And we kissed, as though nothing could fall"
Espero. Sem nada esperar.
é preciso a falta de fé.
a total ausência de ilusões.
é preciso construir pontes de cio
por entre o vazio das avenidas:
só assim faremos sentido;
só assim surgiremos,
feitos lobos,
ao cheiro das nossas carnes
e ao melancólico modo de insinuarmos a eternidade
por dentro dos olhos.
tu virás;
virás porque não te espero.
porque não mais te quero.
e, quando vieres,
beijar-te-ei (como um vício),
para sempre fiel a esta nocão de sofrimento.
Espero (te),
- sem nada esperar -
deitada sob o meu próprio sol.
a total ausência de ilusões.
é preciso construir pontes de cio
por entre o vazio das avenidas:
só assim faremos sentido;
só assim surgiremos,
feitos lobos,
ao cheiro das nossas carnes
e ao melancólico modo de insinuarmos a eternidade
por dentro dos olhos.
tu virás;
virás porque não te espero.
porque não mais te quero.
e, quando vieres,
beijar-te-ei (como um vício),
para sempre fiel a esta nocão de sofrimento.
Espero (te),
- sem nada esperar -
deitada sob o meu próprio sol.
terça-feira, 21 de julho de 2015
A arte de te ser por dentro
A nudez dos meus pés abraçados aos teus
quando acordamos ao som das nossas
costelas
a alargarem-se para (um)a eternidade.
Sinto-me capaz de caminhar na tua boca,
apenas para aperfeiçoar a arte de te ser por
dentro.
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