segunda-feira, 5 de setembro de 2016

estas plantas mortas

Acordo.
As pernas demasiado reais,
doentes, como unhas a rasgarem a carne dos lençóis.
Ao meu redor, as garrafas vazias sangram
corpos abandonados.
Ouço a minha respiração.
Ouço.
A minha respiração.

Tivesse eu um peito e animais a crescerem-me por dentro
um tigre,
uma hiena
uma águia de bico afiado
para comer esta alma encolhida,
estas plantas mortas
e todos os vasos apagados


Fátima Abreu Ferreira, Esposende, Setembro de 2016

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