domingo, 24 de janeiro de 2016

Aduela

Estendes as mãos
à carne das minhas palavras.
Não há melancolia.
Apenas o silêncio,
incendiando as portas
- sangrentas -
dos nossos olhos.

Juntos,
atravessamos os espíritos da cidade.
A pele
aprendendo a salvação
na loucura da garganta;
as línguas
acordando como facas iluminadas.

Somos o Poema.
A loucura fundamental do sangue.

À nossa volta,
tudo se distancia.
Tudo procura o frio da cegueira,
a morte das estrelas.

Só nós,
pesados de fogo e vísceras,
carregamos qualquer coisa eterna.
Límpida.
Serena.

Larry Fink




Sem comentários:

Enviar um comentário